Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)

A estimulação magnética transcraniana é um procedimento não invasivo e indolor de excitação de neurónios que utiliza campos magnéticos gerados por uma bobine de estimulação, a qual é mantida próxima do local desejado de estimulação dos neurónios.Durante uma sessão de EMT uma bobine eletromagnética é colocada junto ao escalpe. O eletroíman distribui um impulso magnético que estimula as células nervosas na região do cérebro envolvida no controlo do problema que se pretende tratar. Poderá ativar regiões do cérebro com atividade reduzida, como por exemplo em casos de pessoas com depressão.

A bobine, ao ser colocada sobre o crânio, gera um campo magnético que o atravessa e gera uma corrente elétrica no cérebro. Este campo magnético oscila, alternando polaridade, ao ritmo de 1 a 20 vezes por segundo. Isto faz com que sejam gerados impulsos “lentos” (menos de 1-5 vezes por segundo) ou “rápidos” (acima de 5 vezes por segundo). Os impulsos lentos diminuem a atividade do cérebro, os impulsos rápidos aumentam a atividade do cérebro.

Como decorre uma sessão?

Em cada sessão de EMT o paciente senta-se numa cadeira de tratamento semelhante às usadas nas clínicas dentárias. Como a EMT usa impulsos magnéticos é pedido ao paciente que remova quaisquer objetos que possam ser suscetíveis de ser atraídos pelo magnetismo. Os pacientes usam tampões nos ouvidos durante o tratamento para seu conforto e proteção auditiva, pois a máquina de EMT produz um estalido a cada pulso emitido, tal como uma máquina de ressonância magnética.

Durante a primeira sessão são feitas várias medições para assegurar que a bobine fica corretamente posicionada sobre a cabeça do paciente. Quando no sítio correto, a bobine é suspensa sobre o escalpe. O clínico procede à medição do limiar motor (quantidade mínima de energia necessária para fazer com que o polegar do paciente contraia, varia de pessoa para pessoa) administrando vários impulsos curtos. Medir o limiar motor ajuda o clínico a personalizar o tratamento e a determinar a quantidade de energia necessária para estimular o cérebro do paciente.

Assim que o limiar motor é determinado, a bobine é colocada de modo a que pouse sobre a parte do cérebro a tratar. Dá-se início ao tratamento no qual o paciente ouvirá uma série de estalidos e sentirá uma sensação de bater levemente por baixo da bobine.

Como funciona a EMT?

Impulsos curtos de energia magnética são apontados à estrutura do cérebro para controlar o problema que se pretende tratar. A natureza única dos campos magnéticos permite que passem pelo crânio até ao cérebro sem serem distorcidos. Isto facilita um tipo de estimulação muito focada, minimizando o tecido cerebral não envolvido com a área de tratamento.

Uma vez dentro do cérebro os impulsos magnéticos induzem o movimento de cargas elétricas. Quando corretamente orientadas estas pequenas cargas elétricas podem causar o disparo ou o início de atividade dos neurónios, estimulando a condução dos mesmos. A quantidade de energia criada no cérebro é muito pequena e não pode ser sentida pelo paciente.

Para que serve?

Em casos de depressão a EMT pode ser usada como tratamento alternativo. Pacientes que não atingiram respostas adequadas a antidepressivos ou que não toleram esta medicação podem ser considerados para esta terapia. Pode ser usada no tratamento da esquizofrenia, no planeamento neurocirúrgico, nos tratamentos de acidentes vasculares cerebrais, terapia da dor e terapia da doença de Parkinson.

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